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Homenagens

Aos que já se foram, mas sempre serão parte da família GPAS.

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Faleceu no dia 22 de agosto de 2020, o professor Emérito da Escola de Veterinária da UFMG, Ivan Barbosa Machado Sampaio. Graduado em Agronomia pela UFRRJ no ano de 1966, Ivan foi homenageado com o título de Professor Emérito desta casa em março de 2007 quando da comemoração dos 75 anos da Escola de Veterinária. 

 

"Ivan Barbosa Machado Sampaio, era um Cajutí da rua Maxwell! Cajutís são também assim, carinhosamente, chamados os filhos da Tijuca, bairro situado no norte da cidade do Rio de Janeiro, que também marca parcialmente minha origem. Seu Dagoberto e Dona Neusa tiveram seu primogênito em 23 de fevereiro de 1944, eu também sou de 23 de fevereiro, mas, doze anos mais novo! Ivan foi egresso do Colégio Militar na adolescência e foi lá que passou a nutrir especial gosto pela matemática! Prevaleceu na pós-adolescência sua sensibilidade, atenta observação e gosto pela natureza o que lhe inclinou para a graduação em Engenharia Agronômica, concluída em 1966 na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, de onde também me graduei!

Tive várias coincidências com o Ivan e a gente até ria muito disso!! Na Universidade Rural ele foi monitor de Estatística do Emérito Professor Álvares Penteado se imergindo nesta área! Sua primeira experiência de trabalho foi em Brasília na sede da EMBRAPA já como Pesquisador Estatístico. Conseguiu uma bolsa da Fundação Rockfeller e concluiu o Mestrado em Estatística na Iowa State University of Science and Technology, USA, em 1970. Por conta de uma rara discordância com um então diretor da EMBRAPA, incomodado, Ivan se demitira, nunca mais raspou a barba e teve a oportunidade de ingressar em 1974 como Professor Visitante no Departamento de Zootecnia da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais. Nos conhecemos no mesmo departamento em 1980, quando vim para a UFMG em situação não menos tortuosa. O grupo de professores da subárea de melhoramento animal na qual Ivan se inseriu “como uma luva”, era de invejável competência e reconhecimento acadêmico, lideravam os professores Geraldo Gonçalves Carneiro e José Rodolpho Torres e junto deles foram contemporâneos Jadir José Ferreira de Miranda, Carmem Silva Pereira, Jonas Carlos Campos Pereira e mais adiante Cleuza Graça da Fonseca, Vânia Maldini Penna e José Aurélio Garcia Bergmann.

Ivan foi para seu doutorado em Estatística Aplicada na University of Reading, UK, (Concluído em 1988) eu me tornei seu procurador. Em 1986 veio ao Brasil para ser padrinho do meu filho Gustavo o que muito me honrou. Tive que deixar de cuidar das suas coisas particulares em 1987 quando fui fazer meu próprio doutorado na Universidad Politécnica de Madrid. Ivan nos visitou em Madrid e lá tive a oportunidade de apresentá-lo ao Professor Lucinio Júdez, catedrático de Estatística da UPM que havia dado significativa contribuição ao conhecimento e aplicação das Análises Multivariadas. Este fato foi determinante para ele realizar um pós-doutorado com este professor concluído em 1993. Ivan sempre foi um sujeito muito discreto, porém, sua amabilidade com todos, atenção e cuidado na lida com os dados de incontáveis projetos de pesquisa, artigos, dissertações e teses, lhe conferiram uma notoriedade dentro e fora da UFMG.

Sua casa em Lagoa Santa era uma espécie de local de encontro de todos que ele amava. Invariavelmente, Ivan traduzia em desenhos uma homenagem a alguém ou a alguma situação, as doses de ironia bem-humorada e a predileção por compor e ilustrar trabalhos dedicados a crianças eram marcas pessoais. Ivan, com sua habitual camisa de botões de manga curta, xadrez ou listada e com dois números acima, caneta que sobrava no bolso e um confortável chinelo se constituía em um patrimônio dos programas de pós-graduação. Era inquestionável sua competência e domínio do planejamento e análise experimental com animais e plantas, ainda que isso tenha lhe custado algumas discussões desgastantes, o que faz parte dos desencontros inerentes aos ritos acadêmicos.

Entretanto, desses embates surge a mola propulsora que ele precisava para compor um trabalho que resultou em precioso livro que reúne suas convicções e experiências edificadas em tantos anos de dedicação. Para mais uma coincidência comprei dele a casa que moro hoje com minha família. Ivan partiu deste plano “antes do combinado” em agosto de 2020, deixou sua esposa Dalva, sua enteada Carolina e seu sempre presente cunhado Marquinhos. Continua sendo uma inspiração para todos nós, um eterno Professor Emérito da UFMG!"


Autoria: Walter Motta Ferreira
13/04/2021

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Faleceu no dia 15 de fevereiro de 2021, aos 68 anos, o professor Marc Roger Jean Marie Henry, da Escola de Veterinária da UFMG. 

 

Nascido no Zaire e naturalizado brasileiro, realizou seu doutoramento na Ghent University, Bélgica. Ingressou como auxiliar de ensino na Escola de Veterinária em 17 de maio de 1982, com progressão vertical à adjunto em agosto do mesmo ano. Atualmente como professor titular ativo na área de reprodução animal, completaria no próximo ano, 40 anos de docência na Escola de Veterinária. 

"Marc mantinha contagiante entusiasmo e energia na docência, com especial preocupação na condução e direcionamento de novos docentes, além de grande interesse em novas tecnologias de ensino. Dessa forma, não apresentou qualquer dificuldade de adaptação ao ensino remoto em período de pandemia. Extremamente institucional e de opiniões fortes, claramente expressas em reuniões acadêmicas, representou a inquietude e ambição de melhoria na qualidade de ensino e pesquisa nessa casa. Teve contribuição marcante na manutenção das atividades e direção da Fazenda Modelo em Pedro Leopoldo, MG. Com papel expressivo na organização de congressos nacionais e internacionais na área de reprodução animal, elevou o nome da Escola de Veterinária em nível internacional.

 

Deixou contribuição sólida na reprodução de asininos, particularmente jumentos da raça Pêga, reprodução de ovinos e mais, recentemente, reprodução de bubalinos, formando mais de 50 pós-graduandos, entre orientados de mestrado, doutorado e pós-doutorado. Certamente a perda institucional é grande; maior ainda é o sentimento de vazio pela perda do colega e amigo Marc. Expressamos os nossos sinceros sentimentos pela perda do professor e deixamos o nosso abraço solidário a família".

Autoria: Roberto Maurício Carvalho Guedes

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Faleceu no dia 25 de março de 2021, o professor Norberto Mario Rodriguez, da Escola de Veterinária da UFMG. 

 

Ele iniciou sua docência na Escola em janeiro de 1974, lotado no departamento de Zootecnia, área de Nutrição Animal, e se aposentou em setembro de 2009. Professor Emérito da Escola de Veterinária da UFMG em 30 de março de 2012.

 

Nossos sinceros sentimentos pela perda do professor e um grande abraço solidário à família.

 

"Missão quase impossível falar do Professor Norberto Mário Rodriguez, pois como membro da Escola de Veterinária da UFMG e como pessoa, teve imensa contribuição institucional, científica, e a na forja de profissionais qualificados para atuarem junto às IES, Instituições e Pesquisa do país e exterior, além de muitos que optaram pela iniciativa privada. Graduado em Bioquímica pela Universidad Nacional Del Sur -
Argentina (1967) e Fisiologia Animal - Purdue University - EUA (1973), ingressa nos quadros da Escola de Veterinária em 1974, aposentando-se como professor titular em 2009, mesmo assim, continuou como professor voluntário e posteriormente como Professor Visitante Sênior do ICA-UFMG. Desde o início atuou de forma constante para o progresso do Departamento de Zootecnia, da Escola de Veterinária e em prol da Nutrição de Ruminantes, tendo sido responsável pelo treinamento, em Pós-Graduação, de varias personalidades na área a atuarem pelo Brasil e América Latina até hoje. 

 

Reconhecido nacionalmente pelos pares da área, foi diversas vezes laureado como pesquisador e teve vários trabalhos reconhecidos e destacados por Sociedades Científicas em razão da qualidade de seus trabalhos. Seu espírito científico era invejável, apresentava a energia e disposição em trabalhar numa nova proposta de projeto, doava-se de corpo e alma, demonstrava imensa alegria ao ter um projeto aprovado ou receber, por exemplo, uma Comenda do Estado de Minas Gerais em reconhecimento a sua contribuição à ciência no Estado, mas nunca demonstrou orgulho ou vaidade exacerbada, ao contrário, humildade era outra de suas profundas qualidades.

 

Possuidor de elevado Espírito Científico e Institucional, Norberto se fez presente nos
momentos mais importantes desta casa, com denotada lucidez e sempre com uma postura justa e disposto ao diálogo. 

 

Atuante na Pós-Graduação em Zootecnia da Escola de Veterinária da UFMG talvez seja o orientador que mais auxiliou na “nucleação” do Programa desde seu início, o que sem dúvida é seu maior e mais precioso legado, impossível enumerar em tão poucas laudas. 

 

Destaca-se também o projeto que culminou na implantação das Câmaras Respirométricas para Determinação das Exigências Nutricionais dos Animais Domésticos, pioneiríssimo no Brasil, aliás, as primeiras a serem implantadas em país abaixo da linha equatorial. Um enorme mérito, principalmente porque, outros pesquisadores/instituições iniciaram implantações de seus aparatos similares, naqueles momentos Norberto nunca se furtou em auxiliar quem se iniciava nessa missão, pois no seu caso, o fez basicamente com auxílio de pesquisadores estrangeiros, pois ninguém possuía expertise nas técnicas de implantação. Nunca se colocou como o “pai da criança” neste tema, mas sim mostrava-se feliz a cada nova unidade implantada com sucesso. Esse era seu jeito Argentino/Brasileiro/Mineiro de ser. Essa sua ilibada postura ética e profissional. 

 

Suas participações em Bancas Examinadoras fossem de concurso público para cargos eletivos ou pretendentes a título de mestrado ou doutorado, serviam sempre como exemplo de retidão, senso de justiça e imenso respeito aos candidatos; e claro que transbordava sabedoria técnico-científica e transparecia muito claramente seu caráter. Mesmo nas conversas mais amenas e sem propósitos específicos era bom ouvir-te, compartilhar contigo tais momentos, e isso é um consenso entre todos que te conheceram Mestre. 

Sua ausência será sentida hoje e sempre, mas suplantando tudo isso, somos eternamente gratos a toda herança que nos deixaste em todos os sentidos em que nos tocaste e transformastes nossas vidas.


Luz e Paz Eterno Mestre. "


Autoria: Iran Borges

12/04/2021

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